1º de Maio é todo dia.

Incorretamente, se diz que o dia 1º de maio é o dia do trabalho. Não, este se trata do dia do trabalhador. E por quê? Porque neste dia, em 1886, mais de 300 mil manifestantes tomaram as ruas das principais cidades estadunidenses repetindo o slogan: “eight-hour with no cut in pay”. Ou seja, naquela data, se exigia a jornada diária de oito horas, sem cortes salariais.
No Brasil, a jornada de trabalho de oito horas foi instituída em 4 de maio de 1932, em pleno Governo Getúlio Vargas. Mas como estamos hoje? Nada diferentes do que estávamos naquele momento.
Isso porque, com base nos ensinamentos de diversos “gurus”, o trabalhador não deve se importar com sua saúde, com a convivência em família, com a utilidade dos momentos de lazer (apesar de a Constituição de 1988 assim prever). Não, o que importa é o mito (irônico, não?) do “self made man”.
Sim, aquele que, independentemente de qualquer coisa, ascende no mundo dos negócios, e se torna um magnata, rico e poderoso. Se esquecem, no entanto, que tal mito é uma falácia. “Mas como, com tantos exemplos que temos por aí?”. Simples: basta ver quem trabalha nas indústrias destes “Self made men”, quem está ali sobrevivendo com um salário de fome, porque tem de alimentar a si e aos seus.
Infelizmente, no Brazil atual se vive o mundo fantasioso do “Empreendedorismo” em que qualquer um pode começar seu negócio. Mas sua face é nefasta, porque leva trabalhadores da segurança da carteira assinada (que é seu direito, ou era), à incerteza da “pejotização”. Tudo consequência de uma reforma trabalhista oriunda de pessoas que, ao gerarem empregos, não se preocupam com seus empregados, mas sim com seus próprios bolsos.
E para ajudar na manipulação das massas, aqueles gurus que adoram lacrar nas redes vêm com aquela falácia gostosa: “Só comemora o 1º de maio quem não trabalha”. Esquecem-se (oportunamente) que quem enche os bolsos de quem os paga para dar seminários, webinares e tantos outros “ares”, ou “ários”, são, justamente, os trabalhadores que se esfalfam de trabalhar, que vendem sua força de trabalho, física ou mental, para ter o que comer todo mês (a tal da mais-valia).

Mas o achaque vai além. Sob o presente governo federal (muito bem apoiado por tais patrões e gurus), a ordem do dia é desmoralizar e acabar com os sindicatos. E por quê? Bem, a resposta é simples, mais uma vez: para se maximizar os lucros é preciso mão-de-obra barata. E onde se arruma mão-de-obra barata? No desemprego, no desespero, no cada um por si.
Trabalhadores organizados são fortes. Desunidos, são presas fáceis de condições de trabalho precárias, salários de fome, exposição à doenças… Por isso, na contramão desses ataques, fortaleçamo-nos.
E aos pequenos e médios empresários que se acham fora dessa “união”, basta olharem para a gestão da pandemia. polpudos esforços para salvar grandes empresas e conglomerados. Pequenos ou inexistentes para ajudar quem está mais próximo da classe trabalhadora.
Cito o Ministro da Economia, em quem se depositou toda a sapiência deste governo: “Nós vamos botar dinheiro, e vai dar certo e nós vamos ganhar dinheiro. Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos pra salvar grandes companhias. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas”, está aqui: Vídeo da reunião ministerial: Guedes diz que Brasil vai usar recurso público com grandes empresas e ganhar dinheiro (uol.com.br).
Juntos, somos mais fortes. Esse pastiche nacionalista-individualista já deu o que tinha de dar. Do alto de suas, contabilizadas, 400 mil mortes, não deveria nem ter começado. Trabalhadores de todo Brasil, unamo-nos.