“O Anjo Caído”, de Alexandre Cabanel (1868)

Inveja Branca…

Daniel Hilário
1 min readApr 13, 2021

Sem meias palavras: Inveja branca não existe. Isso porque inveja não algo físico e, portanto, não pode ter cor.

Sua definição é simples: Substantivo Feminino. Desgosto provocado pela felicidade ou prosperidade alheia. Desejo irrefreável de possuir ou gozar o que é de outrem.

Quando se fala em inveja “branca” quer-se suavizar sua conotação negativa, emprestar-lhe significado menos gravoso, o que não é possível, vez, que, inveja é inveja, assim como orgulho é orgulho, vontade é vontade.

Esse recurso de linguagem, utilizando cores, é bem comum no português brasileiro, e, evidentemente, vem de seu passado escravocrata e racista. Quando algo é ruim, é preto ou negro— “a situação está preta”, “isso vai denegrir sua imagem”. Quando é algo é bom, é branco: “a inveja branca”, “dia de branco”.

Urge deixarmos essas expressões de lado, e tratar as coisas como são. Se alguém lhe inveja, quer tomar, para si, algo de outrem, e não há nada de positivo nisso, pois é uma pessoa que não se felicita com o sucesso alheio.

Além disso, vamos deixar de lado o racismo estrutural que permeia nossa sociedade.

Que tal tentarmos?

Sugestão de leitura: Racismo estrutural nas línguas: o preconceito em expressões de uso corrente (cnnbrasil.com.br)

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