Isso aí é Fome ou FOMO?

Vários são os estudos que indicam que as redes sociais são um fator estressor, e contribuinte para o aumento da ansiedade nos seres humanos. Inclusive, há estudo direcionado à população brasileira, que demonstra cabalmente que os brasileiros, que passam mais tempo em redes sociais, são os mais ansiosos.
Muito disso pode estar relacionado com a vivência online que temos, pois, com o advento da internet, tivemos um assustador aumento na velocidade na circulação das informações. Anteriormente, as informações nos chegavam em dias ou horários determinados, por jornais, rádios e telejornais. Hoje, no entanto, tudo está aí, em tempo real.
Assim, torna-se mais difícil identificar se a pessoa possui aquela famosa “fome de tudo”, ou seja, vontade de ler sobre todos os assuntos, se nutrir de fatos empíricos e opiniões diversas, ou se, na verdade, ela tem medo de ficar desinformada, sem saber o que se passa por aí, ou de opinar sobre certo tema, para parecer que entende do assunto.
Daí que tenho pensado bastante na expressão FOMO, ou, do inglês, Fear of Missing Out, que nada mais é que o medo de perder algo. Na definição presente na Wikipedia, o FOMO: “é o sentimento de apreensão de que alguém não está a par ou está perdendo informações, eventos, experiências ou decisões de vida que poderiam melhorar sua vida. O FOMO também está associado ao medo do arrependimento, o que pode levar a preocupações de que se possa perder uma oportunidade de interação social, uma experiência nova, um evento memorável, um investimento lucrativo ou o conforto daqueles que você ama e que te amam de volta.”
Ora, será mesmo necessário que temos de saber de tudo, estar sempre a par do que ocorre por aí e, a partir daí, sempre opinar, mesmo não tendo o conhecimento mais embasado sobre o tema?
Ou seria melhor nos concentrarmos nos temas que nos interessamos e naquilo que é mais útil em nosso dia a dia, dando-nos um refresco e descanso do excesso de informações circulantes?
Confesso que, ultimamente, dada a necessidade de realizar várias atividades, situações há que sinto dificuldade de concentração, ou até me distraio de tarefas que deveria ter como prioritárias em dado momento.
Por isso, quando se trata de tarefas mais complexas, tenho tentado me isolar por uns momentos, para somente pensar em outra questão após já ter tudo encaminhado e ajustado, para não esquecer algo durante a resolução da querela.
De uma coisa, no entanto, tenho certeza: A antropofagia de Oswald de Andrade se fartaria neste século XXI. Mais do que isso, acabaria por explodir de tanto se nutrir com as diversas fontes de informações, opiniões e soluções.
Mas e você, caro leitor e cara leitora? Tem fome ou FOMO?