O êxtase técnico
Confesso que adoro ouvir discos conhecidos como malditos ou controversos de bandas e cantores (as). Pois são neles que vemos os méritos e as derrapadas de cada artista, os acertos e as concessões.
Technical Ecstasy já começa acelerado, pesado, estranho: Back Street Boys vai e volta como um Bate-Bag, mas com o vocal de Ozzy lá em cima, e toques de sintetizador muito marcados. Uma grata surpresa.
E o peso prossegue com temas como “Gypsy”, “Rock’n’Roll Doctor” e “Dirty Women” (essa última com uma letra não adequada para o minto atual), mas é nos momentos em que não tem a “fórmula Sabbath" que o disco se destaca.

“You Won’t Change Me” adiciona drama à fervura, ao dizer que não precisa de dinheiro, nem viver às mentiras de outrem. Diz ele: “Ninguém mudará meu mundo, é algo muito irreal. Ninguém mudará a forma que me sinto”. Mais peso que isso, impossível.
Na sequência, uma música cantada pelo baterista, Bill Ward (sim!) que este escritor já fez cover (sim!²) : It’s Alright. Um oasis de calmaria que até Axl Rose (sim!³)adorava, e por que não?
“All Moving Parts Stand Still” um exercício de imaginação do baixista Geezer Butler, para o caso de um transsexual assumir a presidência dos Estados Unidos. Infelizmente ainda estamos longe, afinal sequer uma mulher cis chegou ao poder, quanto mais uma trans (no Brasil estamos mais adiantados, afinal após uma mulher cis, elegemos um platelminto.).
Por fim, “She’s Gone”… Orquestra, Violões, Ozzy… Tudo difrente do que já se ouviu. Uma canção bela, doída, singela. Vale a audição. Aliás, Techincal Ecstasy vale a audição, um disco de uma banda encurralada, sem saber para onde ir, buscando várias alternativas.
Discaço, ainda mais em sua versão remasterizada.
https://open.spotify.com/album/1OhroZy6nlH71oyVPkzYxn?si=rk1-9RJ7SGSHRs2DC1Zisw&dl_branch=1