“Red” completou 50 anos. Pode comemorar.

A música é parte essencial de nossas vidas. E em várias ocasiões, artistas nos entregam obras que podem ser consideradas seminais.
Minha história com “Red” começou por uma questão de banda de internet. Isso porque recebemos a recomendação de ouvir uma rádio web no trabalho, ao invés de entrar no YouTube, pois, à época, os vídeos limitavam nossa velocidade de navegação, pois também usávamos um servidor com nossos arquivos (hoje, graças, não há mais essa necessidade).
Como fã de heavy metal e de rock progressivo, acessei a rádio correspondente. Eu já conhecia a banda, mas nunca havia ouvido aquela música, que era, justamente, a música título do disco que estou falando neste texto.
Naquele momento, como que em êxtase, ouvi aquele ciclo distorcido, que ia e vinha como uma máquina de lavar, com bastante atenção. Mas havia um inconveniente: Sempre que terminada uma música, não havia como retornar, afinal, estava ouvindo uma rádio web, e os streamings ainda não eram populares.
Porém, um pequeno alívio: se eu saísse da rádio e voltasse, podia ouvir a música de novo, pois ela abria a programação correspondente. Assim, diariamente, abria a mesma rádio e decorava cada nuance, cada minúcia.
De toda forma, e já em casa, fui ao YouTube buscar mais informações sobre o disco, e não me arrependi. Surpreendentemente, era um disco muito conciso, com apenas 5 músicas, mas cada uma, de sua forma, apresentava um mundo pesado, sujo, melancólico, real e, extremamente, lírico.
Indo além do tema inicial, “Fallen Angel”, “One More Red Nightmare”, “Providence” (um improviso ao vivo) e “Starless” despejam temas complexos, sufocantes, imagens de angústia, turbulência e pura arte.
Uma pena que a banda tenha terminado pouco antes do lançamento do disco, em 1974 (renasceria com outra formação, já nos anos 80).
Tudo bem que o King Crimson lançou discos que foram base para o Rock Progressivo e até para o Heavy Metal, sempre com arranjos intrincados e letras contemplativas, porém, “Red” se destaca como o canto do cisne de uma banda em frangalhos.
“Red” é o Estado da Arte.
Obs: Em 2024 foi lançada uma edição de luxo do disco, com Remixes Elementais das músicas (menos de Providence). Vale a pena ouvir aqui.