Reflexões de um isolado

De início, a utilidade pública: Variante Ômicron não é bolinho. Ainda que com a vacinação em dia, os primeiros dias de sintomas foram horríveis: febre, dor de cabeça, coriza, tosse, espirro, garganta como se tivesse uma placa de metal evitando deglutir, dores no corpo.
Por mais que estes sintomas tenham passado, prosseguem dois: o nariz meio “quente” com a sensação de estar aspirando água de piscina, e a fadiga após algumas atividades (arrumei casa e fiquei extenuado). Portanto, usem máscara PFF2, pratiquem isolamento social, vacinem-se e se cuidem. Ainda não sabemos todos os sintomas e sequelas que o Coronavírus pode nos causar.
Agora, uns pensamentos:
É desesperador ver reportagens diárias de pessoas pobres e negras, presas por um reconhecimento incipiente e fora das regras estatuídas. Tem cara de Brasil, cara de massacre de minorias, cara de trabalho mal feito, só para agradar classes dominantes que não podem ver uma pessoa necessitada. Uma questão de higienismo, e, pior, praticada por quem vem do próprio povo.
Aliás, é mais desesperador, ainda, ver que quem deveria zelar pela correição dessas prisões irregulares, tão somente leva a coisa em frente, não questiona a forma como foi feito o reconhecimento, como foi colhida a prova. Uma completa desconsideração do humano, uma mera submissão ao seu salário polpudo. Uma lástima.
De outro lado, começou mais um circo anual. Mas não sou um crítico dele, apenas não me inspira, não me traz qualquer necessidade de saber. Não compreendo, e talvez isso seja o melhor a se dizer. Quem quiser, que o assista, quem não, que não. Não há qualquer superioridade moral para quem não o vê, ou qualquer demérito em quem o acompanha. Cada um, cada um.
Por fim, um questionamento:
Considerando-se o tudo que se foi, e que ainda reverbera, é possível ter esperança em dias melhores?
Claro, cada um de nós possui sua história, mas… O que será que vem por aí?
Cenas dos próximos capítulos.